
John Wick é um longa que está
entre um bom de filme de ação e uma paródia de si mesmo, difícil não rir de
algumas cenas propositalmente cômicas e muitas vezes também rir de cenas sérias
por serem clichês. O enredo gira em torno de um ex-matador de aluguel que acaba
de perder sua mulher, passando pelo processo de luto ao lado de um fiel
cachorro e seu Mustang 1969, o personagem nos é apresentado com um minimalismo
próximo ao de Drive de Refn (e que seja a única comparação possível a ser feita
entre os dois filmes). Um grupo de jovens se impressiona com o carro dele e vai
até sua casa, mata seu cachorro e rouba se carro. John Wick parte para uma
vingança irrefreável.
O pressuposto da vingança é frágil, até porque aos poucos percebe-se o quanto o personagem nunca deixou de ser quem ele era, só precisava de um pequeno empurrão para voltar. O maior mérito do filme fica por conta das belas coreografias das cenas de ação, em cenários luminosos, poucas foram as vezes que vi cenas tão bem coreografadas com armas no cinema americano, me remetendo ao cinema de ação de Hong Kong. O roteiro também soube criar a persona do John Wick com suspense, aos poucos foi-se percebendo a grandiosidade do nome, que por vezes chega a ser risível. Outro ponto interessante do filme é seu universo criado, onde existe uma sociedade mafiosa imensa por baixo dos panos, até mesmo com sua própria moeda.
Apesar de ser bem divertido não deixa de ter defeitos
usuais, como a velocidade do filme e a quantidade clichês cômicos, ao qual
tornam a narrativa cansativa. A performance do Keanu Reeves me parece um pouco
automática e todos os outros atores são completamente subaproveitados. De resto
é um filme que diverte, parodiando a si mesmo, rindo de si de forma leve (por
mais que tanta gente morra no filme).
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