sexta-feira, 31 de março de 2017

1990 – IT, A Obra-Prima do Medo (Tommy Lee Walace, EUA) ***1/2 (3.5)

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Falar de IT é complicado, primeiro por de fato ser um produto feito para a TV, uma minissérie de dois episódios, como filme sua estrutura se torna bem mais cansativa, já que suas 3 horas por mais que sejam muito, não são tão bem aproveitadas quanto poderiam. Adaptação da obra clássica do terror de Stephen King (que contém mais de 800 páginas), o filme conta a história de um grupo de amigos, agora adultos, que resolvem voltar à cidade natal deles para impedir que o palhaço Pennywise volte a devorar crianças.
            
A estrutura narrativa apresenta um personagem por vez, e os conecta ao enredo por meio de flashbacks, criando um enredo praticamente linear sobre o passado. Entretanto, as interrupções acabam por ser tornar muito obvias e tiram o ritmo do filme. O enredo das crianças é muito bom, sendo a principal inspiração do atual sucesso da Netflix, Stranger Things. O grupo de amigos se montando, as relações familiares complexas (apesar de não tão bem exploradas) e uma cidade pequena o suficiente para se tornar o mundo todo daquelas crianças. Os encontros com Pennywise se tornam os melhores momentos do filme, Tim Curry domina a cena, construindo uma persona tão irritante e monstruosa que a agonia é o principal afeto.
           
Porém, ao focar-se puramente no presente aparentemente o ritmo do filme se torna melhor, e ver a reação de cada um dos personagens ao saber que o monstro voltou é muito interessante, o reencontro deles apesar de um pouco enrolado se denota as mudanças que o tempo trazem, sejam elas boas ou ruins. As aparições de Pennywise continuam dominando os melhores momentos, e aos poucos percebe-se que o entrosamento dos atores adultos não é tão poderoso quanto o das crianças e esse segundo momento começa a se enfraquecer. O resultado final, também, acaba sendo pouco memorável em comparação com a cena em que as crianças enfrentam Pennywise a primeira vez.
            
Por fim, vale a afirmar que se o filme fosse mais condensado e se estruturasse de maneira diferente poderia se tornar um ótimo filme de terror, ao passo que se tornou um bom filme, mas cansativo e enrolado. Tornando-se um clássico pelo Tim Curry ter conseguindo se tornar o palhaço que todos tinham medo em seus inconscientes, também pelo toque humano e grotesco que as narrativas de King contém.

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