
Como um subgênero do terror
“Home Invasion” sempre produziu alguns filmes interessantes, recentemente com
Uma Noite de Crime, se tornou algo levado ao extremo. “Os Estranhos” veio antes
e ainda tem como suporte ser baseado em fatos, porém consegue falhar por ser
exatamente o esperado, em todos os mínimos detalhes. Dessa forma, a história do
casal que é assassinado, numa casa alugada para uma noite especial, é algo que
parece já ter sido tantas vezes trabalho e sem nem mesmo produzir muita
intensidade.
Quando se fala em gêneros, ainda mais de subgêneros,
sempre é recorrente a discussão do clichê. Existem diversas maneiras que os
clichês são usados de forma satisfatória, os subvertendo, os parodiando, ou
ainda usando deles com consciência o suficiente para que façam sentido e gerem
afeto. O longa cumpre seu papel principal, narrar uma tensa noite na casa desse
casal, além disso, dois personagens são bem construídos, já que a noite era
especial. James, interpretado por Scott Speedman, havia pedido Kristen,
interpretada de maneira intensa por Liv Tyler, em casamento, porém ela o
rejeita. Esse fato é usado apenas como pretexto para os dois se tornarem frios
um com os outros, infelizmente não afeta em nada o decorrer da narrativa,
talvez acrescente uma morte ou outra, porém não potencializam o enredo.
Enquanto o que já se espera do gênero começa a ocorrer, Kristen se encontra
sozinha em casa, as coisas começam a sumir, rostos aparecem para o público, a
sensação de tensão é construída, porém vai se tornando cansativa, pois tudo que
é obvio acontece, sem contar que qualquer dificuldade dos assassinos em invadir
a casa é praticamente inexistente.
Porém, o que mais prejudica o filme é a revelação de seu
final no início do filme, impondo uma estrutura que o torna pouco digestivo.
Veja bem, já se imagina que os personagens não vão permanecer vivos até pouco o
fim, a única coisa que pode ser criativa é a construção de tensão, as
peripécias contingências e até mesmo a produção de design, que ajudam a
produzir um visual para o filme. Tendo isso em vista, por mais que em certos
momentos as máscaras aterrorizantes, até mesmo o silêncio dos invasores os
tornam, de fato, assustadores, suas ações são como quaisquer outras, em
quaisquer outros filmes de terror. Contudo, o longa consegue produzir a tão
desejada identificação com os personagens, o que torna o espectador apegado a
eles, com a ajuda de bons atores e com um pretexto interessante, porém pouco
desenvolvido. Sendo assim, a estrutura que opta por já revelar o fim do filme,
tornam este apego bem construído quase descartável. É como se um anulasse o
outro. Já que no fundo o roteiro já se sustentava por signos frágeis e
repetitivos.
Os Estranhos não é um filme ruim, ele até consegue cumprir o seu papel imerso em seu gênero, porém acaba por ser repetitivo. Tentando se sustentar pelo fato de ser baseado em fatos.
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