quarta-feira, 8 de novembro de 2017

2008 – Os Estranhos (Bryan Bertino, EUA) *** (3.0)

 photo The-Strangers_zpsz4wlamz8.png

Como um subgênero do terror “Home Invasion” sempre produziu alguns filmes interessantes, recentemente com Uma Noite de Crime, se tornou algo levado ao extremo. “Os Estranhos” veio antes e ainda tem como suporte ser baseado em fatos, porém consegue falhar por ser exatamente o esperado, em todos os mínimos detalhes. Dessa forma, a história do casal que é assassinado, numa casa alugada para uma noite especial, é algo que parece já ter sido tantas vezes trabalho e sem nem mesmo produzir muita intensidade.
            
Quando se fala em gêneros, ainda mais de subgêneros, sempre é recorrente a discussão do clichê. Existem diversas maneiras que os clichês são usados de forma satisfatória, os subvertendo, os parodiando, ou ainda usando deles com consciência o suficiente para que façam sentido e gerem afeto. O longa cumpre seu papel principal, narrar uma tensa noite na casa desse casal, além disso, dois personagens são bem construídos, já que a noite era especial. James, interpretado por Scott Speedman, havia pedido Kristen, interpretada de maneira intensa por Liv Tyler, em casamento, porém ela o rejeita. Esse fato é usado apenas como pretexto para os dois se tornarem frios um com os outros, infelizmente não afeta em nada o decorrer da narrativa, talvez acrescente uma morte ou outra, porém não potencializam o enredo. Enquanto o que já se espera do gênero começa a ocorrer, Kristen se encontra sozinha em casa, as coisas começam a sumir, rostos aparecem para o público, a sensação de tensão é construída, porém vai se tornando cansativa, pois tudo que é obvio acontece, sem contar que qualquer dificuldade dos assassinos em invadir a casa é praticamente inexistente.
            
Porém, o que mais prejudica o filme é a revelação de seu final no início do filme, impondo uma estrutura que o torna pouco digestivo. Veja bem, já se imagina que os personagens não vão permanecer vivos até pouco o fim, a única coisa que pode ser criativa é a construção de tensão, as peripécias contingências e até mesmo a produção de design, que ajudam a produzir um visual para o filme. Tendo isso em vista, por mais que em certos momentos as máscaras aterrorizantes, até mesmo o silêncio dos invasores os tornam, de fato, assustadores, suas ações são como quaisquer outras, em quaisquer outros filmes de terror. Contudo, o longa consegue produzir a tão desejada identificação com os personagens, o que torna o espectador apegado a eles, com a ajuda de bons atores e com um pretexto interessante, porém pouco desenvolvido. Sendo assim, a estrutura que opta por já revelar o fim do filme, tornam este apego bem construído quase descartável. É como se um anulasse o outro. Já que no fundo o roteiro já se sustentava por signos frágeis e repetitivos.
            
Os Estranhos não é um filme ruim, ele até consegue cumprir o seu papel imerso em seu gênero, porém acaba por ser repetitivo. Tentando se sustentar pelo fato de ser baseado em fatos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário