
Após
o sucesso do seu filme de suspense e terror “Você é o Próximo”, Wingard surgiu
como um novo nome no cinema independente de terror, usando dos signos dos filmes
mais comerciais para criar suspense divertidos, despretensiosos e esteticamente
belos. O Hóspede é uma história comum, que explode os anos 80 e diverte.
Narrando a história de David que chega na casa dos Peterson alegando ser um
amigo de seu filho durante a guerra, agora, não sabia para onde ir direito, mas
sabia que o certo a se fazer era conversar com a família de seu grande amigo.
Como o título já sugere, existe um
indício de que algo não está certo. A maneira com que o personagem manipula todos
os membros da família e aos poucos adentra na vida de cada um deles, conhecendo
rapidamente as peculiaridades de cada um, de fato, substituindo o parente que
um dia tiveram. O clima forçado, os exageros de alguns zooms só contribuem para
a estética oitentista, que em seu ato final, ao utilizar de um cenário montando
para uma festa de Halloween e da música Post-Punk/New Wave, o espectador se vê
imerso num mar de nostalgia que consegue ser tenso e cômico. A maneira com qual
Wingard constrói o suspense nos momentos finais vale por qualquer momento
forçado que ocorreu antes, seja na sala de espelhos, na quadra com suas luzes
roxas e esverdeadas (cores comumente associadas com a morte), expostas sob uma
fumaça que monta uma cena digna de marcar a estética do diretor.
O enredo em si é bastante simples e
por vezes até o espectador torce pelo David, por mais que obviamente esteja
tramando alguma coisa. Pois o que ele faz pela família, por mais que seja
absurdo parece ser por uma vontade estranha de ajudar. Ao revelar o que
aconteceu de fato com ele, a história ganha um clima extremamente exagerado que,
por sorte, serve para fazer o espectador adentrar de cabeça na sutileza dos
últimos momentos. Construindo assim de forma aprazível as duas forças que o
filme quis trazer da nostalgia dos ano 80, presente até mesmo na trilha sonora,
a sutileza e a extravagancia, a beleza estética e a situação tosca. Talvez o
filme como um todo não tenha forças o suficiente para que se carregue sem um
peso nostálgico em suas costas, mas pode-se dizer que foi uma empreitada de
quem conhece o que quer expressar.
Portanto, O Hóspede é um filme divertido, que funciona muito mais como um suspense cômico e nostálgico do que um suspense tenso. Com atuações caricatas e momentos de extravagância, consegue construir sutileza por meio da trilha sonora e estética.
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