sábado, 15 de julho de 2017

2014 – O Hóspede (Adam Wingard, EUA) ***1/2 (3.5)

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Após o sucesso do seu filme de suspense e terror “Você é o Próximo”, Wingard surgiu como um novo nome no cinema independente de terror, usando dos signos dos filmes mais comerciais para criar suspense divertidos, despretensiosos e esteticamente belos. O Hóspede é uma história comum, que explode os anos 80 e diverte. Narrando a história de David que chega na casa dos Peterson alegando ser um amigo de seu filho durante a guerra, agora, não sabia para onde ir direito, mas sabia que o certo a se fazer era conversar com a família de seu grande amigo.
            
Como o título já sugere, existe um indício de que algo não está certo. A maneira com que o personagem manipula todos os membros da família e aos poucos adentra na vida de cada um deles, conhecendo rapidamente as peculiaridades de cada um, de fato, substituindo o parente que um dia tiveram. O clima forçado, os exageros de alguns zooms só contribuem para a estética oitentista, que em seu ato final, ao utilizar de um cenário montando para uma festa de Halloween e da música Post-Punk/New Wave, o espectador se vê imerso num mar de nostalgia que consegue ser tenso e cômico. A maneira com qual Wingard constrói o suspense nos momentos finais vale por qualquer momento forçado que ocorreu antes, seja na sala de espelhos, na quadra com suas luzes roxas e esverdeadas (cores comumente associadas com a morte), expostas sob uma fumaça que monta uma cena digna de marcar a estética do diretor.
            
O enredo em si é bastante simples e por vezes até o espectador torce pelo David, por mais que obviamente esteja tramando alguma coisa. Pois o que ele faz pela família, por mais que seja absurdo parece ser por uma vontade estranha de ajudar. Ao revelar o que aconteceu de fato com ele, a história ganha um clima extremamente exagerado que, por sorte, serve para fazer o espectador adentrar de cabeça na sutileza dos últimos momentos. Construindo assim de forma aprazível as duas forças que o filme quis trazer da nostalgia dos ano 80, presente até mesmo na trilha sonora, a sutileza e a extravagancia, a beleza estética e a situação tosca. Talvez o filme como um todo não tenha forças o suficiente para que se carregue sem um peso nostálgico em suas costas, mas pode-se dizer que foi uma empreitada de quem conhece o que quer expressar.
            
Portanto, O Hóspede é um filme divertido, que funciona muito mais como um suspense cômico e nostálgico do que um suspense tenso. Com atuações caricatas e momentos de extravagância, consegue construir sutileza por meio da trilha sonora e estética. 

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